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Variedade de ciclo tardio, sensível ao fotoperíodo, porte alto, de alta capacidade de perfilhamento e rebrota, alta tolerância à seca, suscetível a pratylenchus spp., indicados para produção de silagem, pastejo e cobertura vegetal do solo. Devido à alta capacidade de rebrota e tolerância à seca, pode ser utilizada por mais de uma safra.
Início nas primeiras chuvas do ano agrícola, geralmente após 50 mm de chuva. No Santa Elisa, que é sensível ao fotoperiodo, ocorre estímulo floral precoce quando o dia fica menor que a noite, acarretando menor produção de matéria seca da planta quando se atrasa o plantio.
Sistema convencional (aração + gradagem) ou sistema de plantio direto. Em solos de primeiro ano de cultivo, com problemas de fertilidade e/ou compactação, utiliza-se o sistema convencional para incorporação de corretivos e fertilizantes e descompactação. O plantio direto é indicado quando o solo já é manejado adequadamente neste sistema.
O espaçamento entrelinhas varia de 70 a 90 cm e a população de plantas de 110 a 140 mil plantas por ha-1. Espaçamentos maiores facilitam o trabalho da maioria das máquinas de corte da forragem, sendo mais apropriados para a produção de silagem. No sorgo para corte, pastejo e cobertura vegetal (produção de palha) são utilizados espaçamentos estreitos, podendo ser distribuído a lanço, com população de plantas variando entre 200 a 300 mil ha-1, em função da modalidade de semeadura. Exemplo de espaçamento e densidade de plantas: 70 cm – 12 plantas / m linear, com 80 cm – 13 plantas / m linear, com 90 cm – 15 plantas / m linear.
Para produção de silagem indica-se 15 a 20 sementes por metro linear nos espaçamentos 80 a 90 cm, com consumo de sementes de 5 a 7 kg. ha-1, já considerando 20 a 30% a mais de sementes em relação a população desejada, para compensar as perdas durante a germinação, ataque de pragas e pássaros e problemas de qualidade no plantio. Para o sorgo destinado ao pastejo, o gasto de sementes é maior, principalmente na semeadura a lanço, variando de 20 e 30 kg ha-
Em sulcos uniformes, feitos por meio de semeadura na profundidade 2 a 3 cm, utilizando-se menores profundidades em solos mais argilosos. O adubo deve ser depositado no fundo do sulco, a uma distância mínima de 3 cm das sementes, para evitar danos às sementes, usar disco para semeadura, 1.75 mm ou disco de 52 furos de 3,50 mm.
Uso de sistema plantio direto e plantio em nível, associado com terraceamento em áreas com declive maior que 4%
Com base na análise química do solo na profundidade 0-20 cm, aplicar calcário antes da safra de verão, para elevar a saturação por bases (V) a 70% e o magnésio a um teor mínimo de 4 mmolcdm-3. Em solos com mais de 50 mgdm-3 de matéria orgânica, basta calcular a dose de calcário para elevar V a 50%.
De modo geral, recomenda-se aplicar 20 a 30 kg ha-1 de nitrogênio (N) na semeadura, utilizando maiores doses em espaçamentos reduzidos e históricos de gramíneas. Fazer a adubação com fósforo (P) e potássio (K) com base na análise do solo e meta de produtividade, utilizando maiores doses em áreas de maior potencial produtivo. Para produção de massa verde de 35 a 50 t.ha-1 ou 45 a 70 t.ha-1 nas cultivares forrageiras de porte médio e alto, respectivamente, e teores muito baixo (a), baixo (b), médio (c) e alto (d) de P e K, recomenda-se, respectivamente, 100, 80, 60 e 40 kg.ha1 de P2O5, e 100, 100, 90 e 60 kg.ha-1 de k2O no sulco de semeadura ou a lanço imediatamente antes da implantação da cultura. Aplicar no máximo 50 kg.ha-1 do K2O no plantio e o restante em cobertura junto com o nitrogênio. Os níveis de adubação com potássio em áreas utilizadas continuamente para produção de silagem devem ser determinados com especial atenção, pois a extração deste nutriente é bastante elevada. Empregar 20 kg.ha-1 de S e, em solos deficientes, até 5 kg.ha-1 de zinco. Normalmente aplicar 300 a 350 kg de adubo 08-28-16 por ha-1
Considerando a meta anterior de produção e solos de alta, média e baixa resposta ao nitrogênio, aplicar, respectivamente: 70, 50 e 30 kg.ha-1 de N. Nas lavouras para silagem é recomendado fazer até duas adubações de cobertura, sendo a primeira com fórmula NPK 20-0-20 ou similar (até aos 21 dias após a semeadura) e, se o histórico da área favorecer a alta resposta, outra cobertura de N na forma de uréia, nitrato ou sulfato de amônio (até os 42 dias após a semeadura). Essa mesma adubação de cobertura pode ser usada no aproveitamento da rebrota. Normalmente aplicar 200 kg de adubo 20-00-20 por ha-1
No sistema plantio direto, dentre os herbicidas dessecantes utilizados antes da semeadura destacam-se o ghyphosate e o paraquat, por não apresentarem efeito residual no solo. Para ampliar o espectro de controle, outros produtos como o carfentrazone-ethyl têm sido utilizados com sucesso por agricultores, no manejo das infestantes em préplantio. O controle de plantas daninhas no sorgo deve ser feito com herbicidas específicos em conjunto com outros métodos de controle. Apenas marcas comerciais do ingrediente ativo atrazina são registradas no MAPA para a cultura do sorgo no Brasil. Esses herbicidas podem ser utilizados tanto em pré como em pós-emergência da cultura, exceto em solos arenosos onde a aplicação em pré-emergência não deve ser utilizada. Obs.: aplicar Atrazina sem colocar óleo.
Para o controle de pragas iniciais recomendase o tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos específicos registrados no MAPA. Para outras pragas que surgem ao longo do ciclo da cultura, como a lagarta-do-cartucho e pulgões, iniciar o controle químico com inseticidas específicos quando 20% das plantas estiverem atacadas. Para o controle de doenças, recomenda-se o tratamento de sementes com fungicidas, uso de cultivares resistentes, e medidas complementares como rotação de cultura, época adequada de semeadura.
Para o sorgo Santa Elisa em plantio de outubro/novembro, ele pode ser ensilado quando apresentar cerca de 30% de matéria seca, o que geralmente acontece antes do florescimento, onde metade das folhas das plantas estão senescentes ou secas. Para plantios tardios, o estágio ideal de colheita de sorgo para silagem é quando o grão da porção média da panícula (cacho) estiver de pastoso a farináceo e a planta toda com teor de matéria seca entre 30 e 35%. Planta de sorgo ensilada com menos de 30% de matéria seca possui muita umidade e aumenta as perdas de nutrientes através da liberação de efluente, além de favorecer a degradação da massa ensilada por fermentação indesejável por clostridios. Ao contrário, plantas com teor de matéria seca acima de 40% dificultam a picagem e a compactação, favorecendo o desenvolvimento de fungos e leveduras aeróbicos que aquecem a massa, degradam os nutrientes e empobrecem a silagem final podendo causar recusa do animal no consumo.
Plantios em outubro/novembro podem atingir 100 t. ha-1 de massa verde, e a medida que se atrasa o plantio há um diminuição da produtividade, chegando a 30 t. ha-1 em plantio de início de março, equivalente a 10.ha-1 de matéria seca (MS).
O valor nutricional da silagem de sorgo equivale a 72% a 92% do valor da silagem de milho. Comparativamente ao milho, o sorgo forrageiro apresenta maior proporção de folhas (25% da massa seca da planta) e colmos (50%), que são as frações menos digestíveis, e menor proporção de grãos (25%), daí seu menor valor nutritivo. A menor proporção de grãos é, em parte, resultado das perdas pelo Sorgo Forrageiro ataque de pássaros. O potencial produtivo do sorgo Santa Elisa é superior ao milho e ao sorgo de duplo propósito. Em áreas pequenas de sorgo pode ocorrer ataque intenso de pássaros e consumo parte ou de todos os grãos das panículas, empobrecendo a qualidade da silagem
Soja, amendoim, algodão e outras culturas
As lavouras semeadas em outubro e novembro podem dar rebrota com produção satisfatória, pois a colheita para ensilagem ocorre entre fevereiro e março e neste período ainda ocorre chuvas que favorecem o desenvolvimento das plantas. No caso da colheita para ensilagem, dependendo da cultivar, é possível utilizar a rebrota para pastejo e cobertura vegetal na entressafra